Foto: Reprodução/Montagem/Redes sociais
Antônio Vinícius Lopes Gritzbach
O empresário Vinicius Lopes Gritzbach, executado a tiros na tarde de sexta-feira (8) no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, estava sendo investigado por lavagem de dinheiro e sua possível ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das facções criminosas mais poderosas do Brasil. De acordo com informações divulgadas, Gritzbach havia prestado depoimentos cruciais ao Ministério Público de São Paulo nos últimos meses, nos quais revelou esquemas de lavagem de dinheiro ligados ao PCC, além de corrupção policial. Ele teria apontado a movimentação de cerca de R$ 30 milhões provenientes do tráfico de drogas.
Fontes da Polícia Federal confirmaram que Gritzbach desempenhava um papel central nas operações financeiras do PCC, sendo responsável pela compra e venda de imóveis e postos de gasolina, além de atuar em transações envolvendo criptomoedas. Sua colaboração com as autoridades o tornava uma figura importante no desmantelamento dessas operações criminosas. Contudo, a principal linha de investigação sobre sua morte aponta para uma "queima de arquivo" — um ataque orquestrado por membros da facção como forma de retaliação por sua delação.
Antes de se envolver com o PCC, Gritzbach trabalhava como corretor de imóveis na zona Leste de São Paulo, no bairro do Tatuapé, onde iniciou seus contatos com a facção. Ele fez negócios com Anselmo Bicheli Santa Fausta, conhecido como "Cara Preta", um dos integrantes de alto escalão do PCC. Gritzbach, então, se tornou responsável por viabilizar transações imobiliárias da facção, utilizando "laranjas" para a compra de imóveis de alto valor, além de gerenciar grandes somas em criptomoedas. No entanto, a relação com "Cara Preta" foi marcada por um desentendimento envolvendo um investimento de R$ 200 milhões em criptomoedas que não teria sido devolvido conforme o combinado, o que acabou gerando uma acusação contra Gritzbach de ser o mandante do assassinato de "Cara Preta" e seu motorista.
A execução de Gritzbach ocorreu por volta das 16h de sexta-feira, quando ele desembarcava de um voo de Maceió, acompanhado de sua namorada. Ao sair do Terminal 2, ele foi surpreendido por um tiroteio disparado por dois homens dentro de um veículo preto. Gritzbach carregava uma mala com joias avaliadas em cerca de R$ 1 milhão, mas, segundo a polícia, nada foi roubado durante o ataque. Outras pessoas ficaram feridas, incluindo um motorista de aplicativo que não resistiu aos ferimentos.
O funeral de Gritzbach ocorreu no domingo (10), no Cemitério Parque Morumbi, de forma restrita à família e sem velório. Testemunhas relataram que Gritzbach estava ciente dos riscos que corria devido à sua colaboração com a justiça, temendo represálias por parte da facção. Investigações iniciais indicam que, no momento do ataque, Gritzbach estava sendo acompanhado por seguranças, que eram policiais militares de São Paulo. Contudo, a versão apresentada por eles está sendo questionada pelas autoridades, que agora investigam a possibilidade de envolvimento dos seguranças no assassinato.
O caso levanta uma série de questões sobre a segurança e os riscos enfrentados por delatores em investigações contra organizações criminosas, além de evidenciar o poder de retaliação de facções como o PCC. As autoridades seguem acompanhando as investigações de perto, buscando esclarecer os detalhes do crime e identificar todos os envolvidos.
Fonte: Brasil 247
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