Viver Pleno

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A Jornada para uma sociedade renovada pela fraternidade

Mas como podemos traduzir esses ideais em ações concretas em nossa realidade atual?

Por Nazareno Fonteles

Segunda - 04/11/2024 às 13:28



Foto: Reprodução Redes Sociais Símbolos da fraternidade estão por toda parte
Símbolos da fraternidade estão por toda parte

Em um mundo marcado por divisões, desigualdades e desafios sem precedentes, emerge um conceito tão antigo quanto a própria humanidade, mas com um potencial revolucionário para nossos tempos: a Renovação Fraterna da Sociedade. Este não é apenas um ideal abstrato, mas um chamado urgente à ação, um caminho para transformar nossas comunidades e, por extensão, o mundo. Afinal, “descobrimos que somos livres e iguais porque somos irmãos”, como disse A. M. Baggio.

Mas o que significa realmente renovar nossa sociedade de maneira fraterna?

No cerne deste conceito está a ideia de que as relações humanas, baseadas em princípios de irmandade, solidariedade e respeito mútuo, têm o poder de reestruturar fundamentalmente como interagimos uns com os outros e com o mundo ao nosso redor, provocando mudanças nas diversas organizações e instituições da sociedade.

A história nos oferece exemplos inspiradores de indivíduos que encarnaram esta visão de fraternidade ativa. Jesus de Nazaré, cuja mensagem de amor universal transcendeu barreiras sociais e religiosas, nos ensinou a amar com gratuidade nosso próximo como Ele nos amou, doando-se até a morte. Séculos depois, Mahatma Gandhi, inspirado no Sermão da Montanha, demonstrou como a não-violência e a força da verdade poderiam ser instrumentos poderosos de mudança social e política.

Martin Luther King Jr., inspirado por Gandhi, aplicou esses princípios na luta pelos direitos civis nos Estados Unidos, sonhando com uma sociedade onde pessoas de todas as raças pudessem viver em harmonia e igualdade. Madre Teresa de Calcutá, por sua vez, mostrou como a fraternidade pode se manifestar através do cuidado compassivo aos mais marginalizados.

Em tempos mais recentes, Nelson Mandela nos ensinou sobre o poder da reconciliação e da unidade nacional após décadas de apartheid, enquanto a jovem Malala Yousafzai continua a inspirar milhões com sua corajosa defesa do direito à educação para todas as meninas.

Estes ícones da fraternidade ativa nos lembram que a renovação fraterna da sociedade não é uma utopia inalcançável, mas uma possibilidade real que começa com cada um de nós. Suas vidas nos ensinam que a fraternidade é universal, que a não-violência é poderosa, que a compaixão é transformadora, que a educação é fundamental e que a reconciliação é possível mesmo após os conflitos mais profundos.

Mas como podemos traduzir esses ideais em ações concretas em nossa realidade atual?

A renovação fraterna toca todas as esferas da sociedade. Na economia, desafia-nos a criar modelos mais solidários, cooperativos e ambientalmente sustentáveis, como empresas sociais, cooperativismo solidário, garantia pública do pleno emprego e da Renda Básica Familiar, fortalecimento dos bancos públicos, sistemas de comércio justo, fortalecimento da agricultura familiar e de micros e pequenas empresas e imposto progressivo de verdade.  Na política, clama por uma tomada de decisões mais participativa e transparente, regulação das Plataformas e da Inteligência Artificial no rumo da Soberania digital, limitação do número de mandatos dos parlamentares e das direções partidárias e sindicais, implantação das listas partidárias, adoção do Orçamento Participativo como o OPA criado no Piauí, por políticas que reduzam drasticamente as desigualdades sociais e promovam o bem-estar de todas as camadas do Povo.

A tecnologia, quando usada com sabedoria, pode ser uma poderosa aliada neste processo, criando plataformas que facilitam a educação formal para todos e todas, o voluntariado, a conexão comunitária e a amplificação de vozes marginalizadas.

Claro, o caminho para uma sociedade renovada pela fraternidade não é isento de desafios. A resistência à mudança, a complexidade dos problemas sociais, a polarização política e as desigualdades estruturais são obstáculos significativos. No entanto, com educação contínua, construção de coalizões, inovação social e advocacy baseada em evidências, podemos superar esses desafios.

A renovação fraterna da sociedade é uma jornada, não um destino. É um compromisso diário de construir um mundo mais justo, compassivo e solidário. Lutar contra os excessos das corporações públicas e privadas que se apoderam do Estado enfraquecendo os direitos sociais das maiorias mais pobres e do povo em geral. Cada pequeno ato de fraternidade, cada esforço para entender e apoiar o bem comum, contribui para esta grande transformação.

Como pessoas, podemos começar hoje mesmo: iniciando grupos de discussão em nossas comunidades, voluntariando-nos em organizações locais, praticando o consumo consciente, compartilhando histórias inspiradoras e nos desafiando a ter conversas construtivas com pessoas que pensam diferente de nós.

Ao abraçarmos a visão de uma sociedade renovada pela fraternidade, não estamos apenas sonhando com um futuro melhor - estamos ativamente criando-o, passo a passo, ação por ação. Assim como Gandhi, King, Mandela e tantos outros antes de nós, temos o poder de ser agentes de mudança em nosso tempo.

A questão que nos resta é: como vamos, em nossas próprias vidas e comunidades, emular a coragem, a compaixão e o compromisso com a fraternidade ativa que esses grandes líderes nos mostraram ser possível? A resposta a essa pergunta, multiplicada por milhões de indivíduos comprometidos, pode ser o catalisador para a renovação fraterna que nossa sociedade tanto necessita.

Juntos e organizados em novas configurações, podemos construir uma sociedade que verdadeiramente reflita os mais altos ideais de humanidade e fraternidade. O caminho é desafiador, mas a recompensa - um mundo mais justo, pacífico e fraterno - vale cada passo dessa jornada. A renovação fraterna da sociedade começa agora, começa aqui, começa com cada um de nós.

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SOBRE O AUTOR

SOBRE O AUTOR

José Nazareno Cardeal Fonteles é graduado em Medicina e Matemática. Fez residência médica em Ortopedia e Traumatologia e mestrado em Matemática. Atuou como ortopedista no HGV, na Casamater e nas clínicas Cot e Copil. É professor aposentado da UFPI. Exerceu mandatos de vereador, deputado estadual e de deputado federal. Fundou e presidiu por sete anos a Frente Parlamentar da Segurança Alimentar e Nutrcional do Congresso Nacional. Foi secretário de saúde do Piauí. Participa da direção do grupo educacional CEV. É casado com Nereida, pai de Deborah, Danielle e Rafael e avô de sete netos. Tem fé em Jesus de Nazaré, o Mestre do Amor Gratuito. Instagram do autor

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