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Brasil registra mais de 66 mil pessoas na lista de espera por transplantes

Segundo Associação Brasileira de Transplante Órgãos, taxa de doadores está abaixo da previsão para este ano; recusa familiar é o principal motivo para a baixa taxa de efetivação

Da Redação

Segunda - 11/11/2024 às 11:33



Foto: Shannon Fagan/GettyImages Transplante de rim foi o mais realizado. A operação com doador vivo foi 10% superior ao projetado para o ano
Transplante de rim foi o mais realizado. A operação com doador vivo foi 10% superior ao projetado para o ano

O Brasil enfrenta um aumento significativo no número de pacientes à espera de um transplante. Até setembro deste ano, o país contabilizava 66.517 pacientes ativos na lista de espera, um crescimento de quase 13% em relação aos 58.908 registrados no mesmo período de 2023. Os dados são do relatório trimestral da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), divulgado nesta segunda-feira (11).

Apesar do aumento na lista de espera, um dos principais obstáculos para a redução desse número continua sendo a baixa taxa de efetivação das doações de órgãos. A taxa de doadores efetivos até o terceiro trimestre deste ano foi de 20,3 por milhão de pessoas (pmp), um valor 3,3% abaixo da meta prevista de 21 pmp.

A ABTO aponta que a recusa familiar é a principal razão para a não doação de órgãos, respondendo por 45% dos casos. Em segundo lugar, estão as contraindicações médicas, que representam 18% dos impedimentos. Esses fatores dificultam a expansão das doações e o alívio da fila de espera por transplantes no país.

Cresce o número de possíveis doadores

A taxa de notificação dos potenciais doadores continua em crescimento e fechou o terceiro trimestre em 74,1 pmp, acima da média projetada para este ano, de 70 pmp.

Apenas cinco unidades da federação obtiveram taxas de notificação de potenciais doadores acima de 100 pmp:

  • Acre
  • Sergipe
  • Paraná
  • Rondônia
  • Distrito Federal

A alta taxa de notificação de potenciais doadores permite um crescimento do número de efetivação, mesmo mantendo essa taxa abaixo da média, mas proporcionando o alcance da meta de doações para 2024, segundo os especialistas.

5 órgãos mais transplantados

Entre janeiro e setembro deste ano, os órgãos mais transplantados foram:

  • Rim: 60.608
  • Fígado: 22.480
  • Coração: 3.891
  • Pâncreas: 1.484
  • Pulmão: 965

No caso do transplante de rim, a operação com doador vivo foi 10% superior ao projetado para o ano. No total, porém, esse tipo de transplante representa 14,5%. A taxa de transplante hepático com doador vivo foi igual à projetada para este ano. Já a taxa com doador falecido foi 7,5% menor que a prevista. No caso do transplante de pâncreas, a taxa foi 22,3% menor do que a prevista para este ano. Esse tipo de transplante ocorreu em apenas oito estados.

Os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Ceará, foram os únicos a realizarem transplante pulmonar, que ficou 50% abaixo do projetado para o ano. O transplante cardíaco ficou 12,5% abaixo do projetado para o ano. Apenas o Distrito Federal e Minas Gerais realizaram mais do que quatro procedimentos do tipo.

Fonte: CNN

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